Desafiador

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Challenger

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Como tudo começou! Ferrugem na veia!

Ao nascer eu era um lindo bebê, como todos os outros tinha cara de joelho.

Com o passar do tempo comecei a produzir sons de vocais e sílabas, que em seguida começaram a se replicar, e por volta dos seis meses de idade comecei a balbuciar alguns sons, quando formulei a primeira palavra, saiu... ca-ca-ca-ca...carburador e a seguir, outra enigmática fala por mim proferida foi, v-v-v-v-v-v ...vê oito! Ninguém em volta entendeu!

Eu aprendi a ler nas revistas Oficina Mecânica, e no gibi do Capitão América. Desde que me entendo por gente tenho esse propósito reformar um carro antigo, mas nunca almejei um placa preta. No começo pretendia um Hot Rod, que seria feito a partir de um Simca Chambord.


O projeto era ousado, rebaixar o teto e tirar 15 centímetros da parte de baixo da carroceria para dar uma aparência de Bel Air, a mecânica seria oriunda de um Opala 6 caneco, e a pintura tinha que ser igual a do Bel Air do Nick Noite no filme "Louca perseguição" de 1975. Amarelo limão com aquelas labaredas fodásticas e teto branco!





Filme irado, e o Chevy 57 que eles pilotam preencheu minhas aspirações automobilísticas e antigomobilistas por muito tempo, por isso tentei fazer uma réplica dele utilizando um Simca, até que eu relembrei dos nossos queridos Dodge`s brasileiros, não como pude esquecer! Quando eu trabalhava de frentista chegou um Charger RT pra abastecer, quando eu o vi chegando ao pátio, corri como um louco em direção a ele, não poderia deixar outro atender aquele carro. 

Cumprimentei o cliente, peguei as chaves do tanque, liguei o bico da bomba ao carro, e me dirigi novamente ao condutor pra oferecer o tradicional checkup do motor, eis que quando meu ouvidos captaram a negativa quase tive um troço, quando seria que eu poderia vislumbrar um V8 Dodge ao vivo novamente? 


Não tive escolha, bati a real pro motorista e pedi pra ver o motor e confessei minha paixão, e para minha surpresa ele ficou muito lisonjeado com o meu pedido, e atendeu prontamente. Começamos a conversar sobre o carro, sobre os acessórios e etc.



1996

Mas antes de falar de Dodge propriamente, vamos falar do primo dele o Simca, e em especial o que era meu. Eu já trabalhava num auto center como alinhador, e sempre saía pra testar os carros dos clientes. 

Até que um dia, chegou um Escort europeu com problema de vibração em altas velocidades, precisando assim de executar uma avaliação mais apurada e um teste em estrada. Me dirigi para um local apropriado para essa tarefa, e no caminho, avistei ao longe, atrás de um monte de pneus aquele teto e o formato de um carro, no fim do expediente voltei lá e pude checar que se tratava de um Simca Chambord 1966, estava em uma borracharia e pertencia ao dono, borracheiro afamado na cidade apelidado de Magnata.


Simca Chambord 66

Como já se encontrava fechada. voltei no outro dia na hora do almoço e achei o Magnata, conversamos e ele era conhecido do meu pai por causa do rádio PX, e também por que era ex-motorista de caminhão boiadeiro, assim como meu pai é até hoje.


Conversa vai conversa vem, fiz a pergunta sobre a venda do Simca, e ele meio relutante aceitou vender, a pedida inicial foi R$500,00, à época seria o equivalente a quatro salários e meio. Depois de alguma negociação fechamos em R$ 400,00 4 pagamentos semanais de 100 pratas!


Após a quitação levei pra uma funilaria próxima, cheguei a comprar um motor seis cilindros, e a suspensão do diplomata 1992. No entanto parou aí a história do Simca, sem dinheiro não consegui nem começar o projeto e o vendi por R$ 370,00 a vista! As outras peças também foram vendidas.

Veja mais algumas fotos do Simcão:












A seguir falarei do segundo projeto, uma Pick up!

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